A Associação Brasileira da Indústria de Café (Abic) apresentou estudo
recente realizado pela Euromonitor International que fez a análise das
tendências de consumo para a bebida no período de 2014 até 2019.
Os dados são motivadores para o mercado de food service, mas,
principalmente, para o de cápsulas. A pesquisa aponta que o Brasil
possui grande participação de vendas de café no varejo se comparado a
outros países. O nosso alto consumo dentro do lar está vinculado à
compra de café no varejo, que corresponde a 3,5%. Nos Estados Unidos essa mesma participação corresponde a 0,8%.
O volume consumido de café no Brasil concentra-se 68% no varejo e 32%
no food service. A projeção da Euromonitor para 2019 é de aumento do
food service para 36% e de redução do varejo para 64%, o que mostra que o
consumidor buscará mais o consumo do café fora do lar.
Segundo Ricardo de Sousa Silveira, presidente da Abic, mesmo com as
dificuldades neste ano: “o consumidor não deixa de comprar café, pois
existe café de todos os preços”.
A pesquisa indica que: A desaceleração econômica impactou o consumo
fora do lar, o qual deve se recuperar a partir de 2017 e a expectativa é
que o consumo de café fora do lar volte a ganhar mais espaço entre os
brasileiros. Apesar da diminuição no número de transações no consumo
fora do lar, houve forte crescimento no consumo de café espresso,
especialmente entre cafeterias e cafés preparados por baristas.
Mercado de cápsulas dobrará de tamanho
O relatório trouxe dados positivos para o mercado de cápsulas que hoje corresponde a 0,6% do volume consumido no Brasil no total de 980 mil de toneladas e que, até 2019, chegará a 1,1% do volume, crescendo entre 2015 e 2019, 15,3% ao ano.
Espera-se que o mercado de cápsulas movimente 2,2 bilhões de reais e
12 mil toneladas de café até 2019. A pesquisa aponta este crescimento à
maior disponibilidade e aos preços acessíveis do produto, que serão
grandes impulsionadores.
Consumo entre jovens
Outro ponto importante abordado pela pesquisa é o aumento do interesse dos jovens de 16 a 25 anos por cafés, principalmente nas grandes metrópoles, por conta dos conceitos das cafeterias e inovações na categoria. Segundo dados de 2014 dessa mesma pesquisa, 49% dos jovens tomam café diariamente. O maior consumo fica para a faixa etária de 60 acima, onde mais de 89% declaram tomar café todos os dias.
Crescimento de consumo
Espera-se, segundo a Euromonitor, que cafeterias especializadas cresçam a taxas de 3,2% em números de lojas ao ano, aproveitando a tendência de “premiunização e gourmetização”.
O consumo brasileiro também deve crescer de 2016 a 2017 a taxa de
2,9%. “Esperamos chegar a 21,3 milhões de sacas consumidas no Brasil”,
prevê Nathan Herszkowicz, diretor-executivo da Abic. Para ele a
indústria de café, que foi foco de outra pesquisa realizada pela
Associação, “acredita em aumento de vendas em 2016”.
TEXTO Mariana Proença / FOTO Felipe Gombossy/Café Editora